sexta-feira, 31 de maio de 2013

Passos de viagem, de Manuel Pereira




Este livro de poesia debate o valor da vida e alerta-nos para todas as distrações da vida. Todas as distrações da vida servem para nos afastar da nossa grande caminhada, sendo esta uma caminhada longa e muito dolorosa, que exige muitos sacrifícios muito trabalho da nossa parte.
A harpa foi o  elemento deste livro que  mais chamou a minha atenção; o "eu" lírico mostra que esta é uma das distrações da vida e que ela, sendo um instrumento harmónico que causa boas sensações ao ouvido humano, pode ser um elemento enganoso, tal como as armadilhas da nossa vida. 

Manhã Submersa, de Vergílio Ferreira






Este livro tem como protagonista António dos Santos Lopes, um jovem que frequenta o seminário, apesar de não ter vocação para ser padre. O ingresso no seminário deveu-se à pressão dos que lhe eram mais próximos, pois viam na vida de padre uma solução financeira, com emprego e rendimento garantidos.
A adaptação de António ao seminário é difícil e causa-lhe muita tristeza estar ali entre todos, mas ele vai descobrir que não é o único a sentir-se assim. A revolta é tanta entre alguns seminaristas que o melhor amigo de António incendeia o seminário.

Vemos aqui uma crítica a todos os seminaristas que vão para o seminário sem vocação, mas  também uma mensagem para nós, para não cedermos às pressões que nos são feitas.

Duas Mulheres em Novembro, de Vasco Graça Moura






Este livro fala sobre duas mulheres que se encontram na sala de espera de um consultório médico, em Lisboa, onde aguardam a sua vez para serem atendidas, ocorrendo que mais ninguém está lá.
Ambas acabam por perceber que afinal se conhecem, pois Josefina relembra  Helena que a sua mãe trabalhou para mãe dela.
Este livro  fala-nos da prostituição, pois estas mulheres foram ao médico por terem a mesma doença que é sexualmente transmissível. O livro demonstra que não é a classe social que nos protege da doença e da morte. 

Os Amantes e Outros Contos, de David Mourão-Ferreira

Para a disciplina de Literatura Portuguesa decidi ler, desta vez, o livro Os Amantes E Outros Contos, de David Mourão-Ferreira.
Este livro é composto por oito contos, mas gostei somente de um, denominado “Os Amantes”.
Este autor tem uma escrita complicada, por ser afinada e rebuscada, ou seja, é um autor que escreve ao pormenor requintadamente. É um livro que se deve ler sem pressa pois sentimos que o autor está a contar-nos a história devagar, como se já a tivesse vivido ou estivesse a assistir a ela. Notamos isso no prazer como escreve.
São oito contos escritos nos anos sessenta e por isso possuem algo de novo para aquela altura, que foi de contestação, do fim de alguns tabus, uma época em que, de certa forma, o homem e a mulher ficaram mais “expostos” ao mundo. 
São contos que poderiam ter sido escritos hoje em dia devido à sua intemporalidade, que pode fazer da obra algo de interessante para alguns leitores.
Foi um livro que não despertou a minha atenção, talvez por não ter gostado do tema que é abordado (erotismo), e também por ter sido um livro muito difícil de ler, devido à existência de palavras menos usuais e também devido ao facto de não sabermos quem são as personagens (nunca são designadas pelo nome) nem a época em que ocorrem.
É um livro que talvez volte a ler mais tarde, pois gostaria de o compreender melhor e de poder dizer que foi um livro que despertou a minha atenção e que recomendo a todos que queiram ter uma boa experiência.

Contudo, por enquanto, não se revelou uma boa experiência e não foi, de facto, um livro que gostasse de ler. 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Felizmente Há Luar de Luís de Sttau Monteiro

O livro de teatro que escolhi para ler intitula-se Felizmente Há Luar, do escritor Luís de Sttau Monteiro.
Felizmente Há Luar é um drama narrativo, de caráter social, que segue os princípios do teatro épico, sendo este uma forma de teatro que observa criticamente a sociedade, mostrando assim a realidade com o fim de levar o espetador a tomar uma decisão.
Este livro apresenta as condições da sociedade portuguesa do século XIX e a revolta da população, ou seja, tem um cenário político do século já referido. Assim, logo no início da obra, observamos que apenas uma só personagem está muito iluminada, sendo esta Manuel, que pronuncia palavras de desagrado quanto à situação política do país.
Verificamos, nesta obra, a existência de uma personagem que tenta salvar a população mais pobre, sendo esta o General Gomes Freire D´Andrade, mas este era visto como um opositor pelos três governantes e, por isso, estes mandaram executar o general sem provas de que tivesse cometido qualquer ato contra a Junta do Governo.
Ao longo de toda a história, verificamos um grande descontentamento perante a social e política do país, principalmente através da esposa do general, Matilde, a qual entra em cena toda vestida de negro, questionando-se acerca das injustiças do mundo.
Aquando da morte de Gomes Freire, Matilde imagina estar a ver o seu companheiro, dizendo-lhe que vestiu a saia que ele lhe oferecera, enquanto ao fundo se vê o “clarão de uma fogueira” para onde Matilde aponta afirmando ser a glória do general.
A peça termina com Matilde afirmando que pensava que a execução era o fim mas que afinal era apenas o início “aquela fogueira, António, há-de incendiar esta terra! Felizmente – Felizmente Há Luar!”. 

Em suma, na minha opinião, penso que esta obra é bastante interessante, pois contém bastante conteúdo histórico e ainda é uma peça de teatro de muito fácil de leitura.
O Livro de Cesário Verde, de Cesário Verde

O livro que escolhi para poesia tem como título O Livro de Cesário Verde.

Trata-se de uma obra póstuma. Cesário Verde escreveu ao longo da sua vida poemas claramente realistas, nos quais podemos observar o binómio entre o campo e a cidade (“Num Bairro Moderno”), a diferença entre a burguesia e o povo (“Cristalizações”), o impressionismo, o sensacionismo, entre outras temáticas.


Esta foi a minha opção para a poesia pois já estudei Cesário Verde anteriormente e com esta leitura quis aprofundar os meus conhecimentos, lendo inúmeros poemas deste poeta realista do século XIX.






O segundo livro de prosa que li intitula-se por A Cidade de Ulisses, da autora Teolinda Gersão.
Este livro relata uma história de amor entre um homem e uma mulher que se encontram na cidade de Lisboa e é nesta que se amam.
O seu amor não é só um pelo outro mas também pela cidade.
Ao longo do livro, Pedro Vaz, personagem principal, descreve a cidade de Lisboa e todos os momentos passados com a sua amada, Cecília Branco.
No entanto, um trágico acidente mata Cecília Branco e Pedro Vaz reencontra outra mulher, Sara, e é com esta que termina sua vida.
Este livro convida-nos a ''viajar'' pela cidade de Lisboa através de todos os detalhes que Pedro Vaz conta juntamente com Cecília, recorrendo a vários momentos da história de Portugal, começando pelas nossas raízes  pela conquista dos mouros, pelos descobrimentos, e até por um exame minucioso da época de 80 a 90, relatando aspetos culturais da época. Ainda fala sobre a crise que Portugal passou em que o FMI interviu, em que os salários eram baixos e o desemprego elevado, entre outros aspetos.
De forma conclusiva, este foi um livro que correspondeu às minhas espetativas e que gostei imenso de ler, acabando assim por o recomendar.








      
O livro que eu escolhi para ler neste 3.º período é um livro de prosa intitulado De Profundis, do autor José Cardoso Pires.
Este livro relata a história do escritor José Cardoso Pires, que foi surpreendido de uma hora para a outra por um acidente cerebral vascular. Esta doença acaba por dominar a vida do autor, ficando este entre a ‘’ Terra e o Céu ‘’. O autor perde a memória e vê a sua vida por um fio.
Tudo o que autor relata neste pequeno livro foi tudo o que lhe disseram depois de este sobreviver à doença que o assolou.
Foi um livro que eu li num dia e, para mim, este foi o melhor livro que li até hoje, pois ao começar a ler o livro, o prazer e ânsia de acabar de o ler eram imensos, pois o livro prende o leitor à sua leitura.
Recomendo a leitura deste livro, é um livro riquíssimo de detalhes acerca da história deste autor.   

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Título: Novos Contos Da Montanha
Editora: Visão
Autor: Miguel Torga
Número de páginas: 127

    Este livro foi-me aconselhado por um amigo que já o tinha lido.
    O livro, como o próprio título indica, é constituído por vinte e dois contos:  "O Alma Grande", "Fronteira", "O Pastor Gabriel", "Repouso", "O Caçador", "O Leproso", "Destinos", "O Lopo", "O Sésamo", "Mariana", "Natal", "Névoa", "Renovo", "O Regresso", "A Confissão", "O Milagre", "O Artilheiro", "Teia de Aranha", "Festa", "O Marcos", "A Caçada" e "O Senhor"
    Neste momento, estou no vigésimo conto. O conto, até ao momento, de que mais gostei foi "Repouso". Deixo-vos aqui o resumo deste: Este conto centra-se num tipo macambúzio, o Lomba, que, como toda a gente da sua aldeia sabia, já tinha morto muita gente naquela zona. Ninguém atrevia-se a enfrentá-lo.
Certo dia, Lomba foi à igreja confessar-se. Disse ele ao padre: “-Bem, eu matei o da Gertrudes, o Marinho… E também fui eu quem deu cabo do Adriano. O padre pergunta-lhe se ele está arrependido e Lomba responde que não.
O seu ódio terminou quando Lomba fez uma ordem a um menino e este confrontou-o, sendo a primeira pessoa a fazê-lo, não obedecendo ao Lomba. Com isto, Lomba sentiu que foi derrotado, repetindo várias vezes para si mesmo a frase: “chegou para mim”.
    
Casa na Duna, de Carlos de Oliveira

O livro que escolhi para ler intitula-se Casa na Duna, sendo esta uma obra do autor Carlos de Oliveira.

Este livro apresenta-nos uma história na qual se descreve a vida dos camponeses e as dificuldades económicas com que se deparam, mas também verificamos uma vida monótona dos fidalgos presentes na narrativa. Com isto, observamos que Mariano Paulo é a personagem principal, pois este é o atual proprietário de uma quinta situada na aldeia de Corrocovo, no alto de uma duna.

Logo no começo desta obra, verificamos que a quinta da família dos Paulos estava naquele momento em decadência. Mariano Paulo,  casa-se entretanto com Conceição e têm um único filho, Hilário, sendo este uma personagem conflituoso e perturbada ao longo da obra, por causa da morte de sua mãe logo à nascença.

Com o passar do tempo, a propriedade da família entrava cada vez mais e mais em decadência, o que levou Mariano Paulo a entrar no mundo dos negócios, mas nenhum destes alcançou sucesso.

Já no final desta narrativa, verificamos que Mariano Paulo construíra uma fábrica, a qual pouco tempo depois entrou em falência. Para a degradação da família contribuíram ainda o desinteresse que Hilário sempre demonstrou pela propriedade da família e a morte desta personagem.

Em suma, depois de já ter lido esta obra, concluo que gostei dela, sendo que o que captou mais a minha atenção foi facto de o autor da obra coincidir o tempo em que vivia, sendo este o regime ditatorial, com a obra em questão.


domingo, 19 de maio de 2013

O carteirista que fugiu a tempo, Francisco Moita Flores.

O Carteirista que Fugiu a Tempo, de Moita Flores

Francisco Moita Flores é um autor que me despertou a curiosidade, bem como sua obra O carteirista que fugiu a tempo.


Ao primeiro olhar depositado nesta obra, deparei-me com a sua textura, que convida ao toque, e, ao observar a capa, reparei que representava um homem, que, pelo seu semblante divertido, alegre e angelical, me fez especular sobre como seria este livro: divertido? Ou apenas literatura infantil?


Estas divagações atormentaram-me durante segundos, mas, ainda assim, arrisquei perder um pouco de tempo e comecei por folhear o livro. Notei uma linguagem simples no primeiro e no segundo parágrafos, uma expressão que ficaria longe de ser mal entendida (”era coisa do diabo”) e fui notando que a linguagem se ia modificando e ficando mais complexa mas num nível de fácil compreensão e cada vez surgiam mais termos coloquiais e pensei: ”bem, parece-me uma boa obra”. E isto, reforçado pelo facto de ter gostado da capa, assegurou a minha escolha.

Ao observarmos a contracapa, que, ligada à capa, forma o metro, podemos ler que “o carteirista vivia num país de cenho carregado, que se arrastava penosamente ora com medo da insegurança, ora desconfiado dos políticos que queriam acabar com ela [a insegurança].”. Aqui podemos denotar uma crítica social: a sociedade não acredita nas façanhas dos políticos para acabar com a insegurança, pois ela acredita serem más intencionadas.


Também podemos ler que este “Vivia num país cansado, que trocara a revolução pela revolta, a discussão pelo bocejo, o mar pelo sofá frente à televisão”. Mais uma crítica social: a sociedade cansou-se de lutar pelas suas convicções e seguir através do mar em conquistas e decidiu substituir tais ousadias cheias de brio pela inércia.

Ainda podemos ler que este “Rebelou-se. Desatou a rir às gargalhadas, e pelo país ordeiro, servil à novela e medroso da inflação, assustou-se. (…) E o carteirista fugiu para o céu. Esconde-se numa nuvem, algures entre o nascer do sol e a Estrela Polar. Há quem diga ainda hoje que se ouve o troar dos canhões. Outros asseguram que não. É apenas o carteirista a rir impiedosamente do país inseguro, hesitante entre uma telenovela e um jogo de futebol.”. Mais uma vez uma crítica: o país imita a novela, fica indeciso entre ver uma telenovela ou ver o jogo de futebol e tem medo da inflação dos preços e só nisto consiste a sociedade: gente medrosa, deitando seu passado a perder.

É, portanto, uma obra de comédia sociodramática.

Para quem tem curiosidade relativamente à contracapa, deixo um link com a imagem em tamanho real:



sábado, 18 de maio de 2013

O livro de Cesário Verde
Título: O LIVRO DE CESÁRIO VERDE;

Editora: Ulisseia;

Autor: Cesário Verde;

Número de páginas: 174.










O LIVRO DE CESÁRIO VERDE é uma obra póstuma do autor.

Foi o amigo de Cesário, Silva Pinto, que, depois da morte do poeta, reuniu os seus poemas e fez o livro. Inicialmente a intenção era oferecê-lo aos amigos de Cesário. Contudo, acabaria por ser publicado. 
Optei por esta obra, por já ter alguns conhecimentos acerca do trabalho de Cesário Verde e pelo interesse em conhecer mais poemas da sua autoria, visto que apenas lecionámos um número reduzido de poemas na aula, a comparar com o vasto número de existentes.




EURICO O PRESBÍTERO




Título: EURICO, O PRESBÍTERO;

Editora: Porto Editora;

Autor: Alexandre Herculano;

Número de páginas: 199.

A última obra de prosa que escolhi ler para o PIL intitula-se EURICO, O PRESBÍTERO.
Optei por este livro porque é uma das possíveis obras a lecionar, segundo o programa de Literatura Portuguesa do décimo primeiro ano, obra de qualidade assegurada, e por ter curiosidade em ler algo de Alexandre Herculano.
Nesta obra, o narrador relata-nos a triste história de amor entre Eurico e Hermengarda, que se passa durante o século VIII, na Espanha visigótica.
Eurico era um jovem guerreiro que lutou juntamente com o amigo Teodomiro do lado do Imperador da Espanha, contra os montanheses, os francos e os seus aliados. Depois de conseguirem derrotar os adversários, Eurico pediu a Fávila, duque de Cantábria, a mão de sua filha, Hermengarda em casamento. No entanto, o duque declinou o pedido, alegando que Eurico era proveniente de famílias humildes. O jovem  soldado, certo de que o seu amor não era correspondido, decidiu seguir uma vida religiosa, sendo ordenado Presbítero de Caréia.
Aquando da invasão árabe da Península Ibérica, Eurico interrompeu as suas funções religiosas e foi combater do lado dos godos.
Numa altura em que estavam em vantagem na batalha, os árabes raptaram Hermengarda e fizeram-na refém.  Eurico de pronto reagiu e salvou-a.
Hermengarda confessou o seu amor por Eurico e este, ciente das suas obrigações religiosas, disse-lhe que o presbítero de Cartéia e o caraveleiro negro eram a mesma pessoa. Posto isto, o jovem partiu para a que viria a ser a sua última batalha. Hermengarda, ao saber da morte do seu amado, enlouqueceu.



.



UMA ABELHA NA CHUVA


Título: UMA ABELHA NA CHUVA;

Editora:Assírio e Alvim;

Autor: Carlos de Oliveira;

Número de páginas:132.

Esta obra de Carlos de Oliveira retrata a vida de Álvaro Silvestre, um lavrador que se arrependeu de todos os furtos realizados. 
Ao longo da obra há uma série de confrontos entre Álvaro e a esposa, Maria dos Prazeres  Estes tinham um casamento infeliz, pois o que os mantinha juntos não era o amor.
Maria dos Prazeres é apontada, por Álvaro, como a responsável por todos os furtos por ele levados a cabo, é também ela quem impede que as confissões de Álvaro feitas a um jornalista sejam publicadas.
Além do sentimento de culpa pelos roubos feitos, Álvaro ficou com a consciência pesada quando o seu cocheiro Jacinto foi morto por António,  pai de Clara, rapariga com quem Jacinto mantinha uma relação e, inclusive, engravidara. Álvaro não gostava do seu cocheiro e aproveitou a oportunidade para o tramar, contando a António a relação existente entre Jacinto e Clara e a gravidez. António, furioso, matou Jacinto.