sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O Filho de Mil Homens, de Valter Hugo Mãe


"Quem tem menos medo de sofrer tem maiores possibilidades de ser feliz."


Esta é a história de Crisóstomo, o homem que era só metade e que adotou o Camilo para se sentir inteiro. Camilo disse ao 'pai' que devia arranjar uma mulher para passar a ser o dobro. 
E é assim, com esta linguagem chã, que Valter Hugo Mãe trata o tema do amor e da família. O autor usa, também, por vezes,  uma linguagem bruta, grosseira até, ao abordar temas que são alvo de discriminação, como a homossexualidade e o nanismo.
"Ser o que se pode é a felicidade" é o maior ensinamento desta obra: somos felizes, aceitando o que temos e o que somos. "Não adianta sonhar com o que é feito apenas de fantasia e querer aspirar ao impossível. A felicidade é a aceitação do que se é e do que se pode ser".
É, em suma, um romance simultaneamente ternurento e violento, aflitivo e divertido, de um autor contemporâneo de reconhecido valor, apesar da jovem carreira. Há menos de um mês, foi atribuído ao escritor o Grande Prémio Portugal Telecom de Literatura.